segunda-feira, 10 de dezembro de 2007

Quase Divina...

Fui criada beirando a favela
Buscando um Deus verde e amarelo
Pensei que o mundo fosse paralelo
Mas era só pensamento de criança
Disseram-me que eu fosse honesta
Sincera e íntegra
Que cumprisse os mandamentos
Mantive minhas promessas

Mas agora vejo
Que o nome que se dá
para todo meu ilusionismo
Nas altas rodas do submundo
Tem por sinônimo, “otária".

Acharam que eu não fosse soneto
Não precisava de rima
Muito menos “prosa”
Erraram e permanecem no erro
Sou somente carioca

Nada que a criação perfeita
Procure explicação
Inspiração de rua
Poeta de estação
Menina de calçada
Olhos de emoção

Imperfeição de vida
Nada que valha a pena
Neste mundo do vil metal
Onde o rico esmaga o pobre
Com eles, mora o mal

Nem perfeita, nem imperfeita
Apensas uma sonhadora
Que ainda acredita
Que os homens vão mudar...

Quase Divina...


Rose de Castro

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